ESCURINHO: A TORCIDA TRICOLOR TE AMA.

Reproduzimos esta matéria publicada no Face pelo tricolor Jorge Priori, que autorizou. Pedimos também autorização ao autor da reportagem, o respeitável jornalista de Minas Gerais, Wágner Augusto Álvares de Freitas, jornalista, torcedor e historiador do Villa Nova. Reportagem exclusiva com Escurinho pode ser vista neste site na página de vídeos.

 

HISTORIADORES DOS ESPORTES

Escurinho, o último dos samurais do time do Villa Nova, campeão mineiro de 1951

Posted on March 10, 2018by Jorge

 

O último herói da conquista de 1951

Do time que se sagrou supercampeão mineiro de 1951 pelo Villa Nova, numa memorável decisão com o Atlético, resta apenas um atleta vivo, o ponta-esquerda Escurinho. Em 2017, dois craques daquele esquadrão alvirrubro foram reforçar o escrete celestial: o goleiro Arizona e o atacante Vaduca, autor do gol da vitória sobre o Atlético no terceiro jogo da decisão, disputado no Estádio Independência, lotado e encharcado pelas chuvas de verão.

 

Escurinho: uma lenda do Villa Nova e do Fluminense

Benedito Custódio Ferreira, o Escurinho, nasceu em Nova Lima, terra do Villa, em 3 de julho de 1930. O município conta hoje com cerca de 90 mil habitantes e integra a Região Metropolitana de Belo Horizonte. O jogador começou a carreira nas categorias de base de Leão do Bonfim e ainda jovem firmou-se no poderoso ataque da época. Era o craque do time villa-novense. Ponta-esquerda clássico, levava desespero aos seus marcadores por causa da habilidade para driblar e cruzar a bola com perfeição. Em 1954 Escurinho teve o passe negociado com o Fluminense e a diretoria do Villa exigiu que o clube carioca fizesse o pagamento de maneira parcelada em vez de à vista. Ocorre que a Mineração Morro Velho, tradicional mantenedora do clube, estava se retirando do futebol e quis legar uma fonte de receita aos dirigentes que passariam a administrar o Leão. Além do dinheiro, o Villa realizou um amistoso no Maracanã contra o Fluminense como parte do pagamento. Em 11 de abril de 1954, o Tricolor derrotou o Villa por 4×2, diante de 10.482 pagantes, que proporcionaram renda de R$211.462,70. Escurinho não perdoou seu ex-clube e marcou dois gols. A despeito do resultado adverso, o Leão do Bonfim tornou-se o primeiro clube mineiro a atuar no Estádio Mário Filho.

No Fluminense, Escurinho ganhou o apelido de Flecha Negra e é apontado como o melhor ponta-esquerda tricolor em toda a história. Foram 490 jogos disputados e 108 gols marcados pelo clube das Laranjeiras. Tanto brilho o conduziu à Seleção Brasileira, em que estreou no dia 18 de setembro de 1955, no empate por 1×1 com o Chile, na disputa da Taça Bernardo O’Higgins. Escurinho vestiu a camisa do Brasil em oito oportunidades. Após deixar o Fluminense em 1965, Escurinho jogou por dois anos no Júnior Barranquilla, da Colômbia. Voltou ao Brasil para defender a Portuguesa. Em 1970, encerrou a carreira no Bonsucesso.

 

O último dos samurais

Escurinho continua morando no Rio de Janeiro e até 2006 trabalhou como motorista de táxi. Sob os cuidados e o carinho da família, luta contra o Alzheimer. Vida longa ao último dos samurais…

 

Escurinho em uma foto de 1953, quando o Villa Nova foi vice-campeão mineiro

 

Villa Nova, supercampeão mineiro de 1951. O campeonato mineiro desse ano foi disputado por 8 clubes. Atlético e Villa Nova se classificaram para a final com campanhas iguais: 19 pontos com 9 vitórias, um empate e quatro derrotas. A final foi disputada em três partidas. Após os dois primeiros jogos terminarem empatados em 1×1, 13/01/1952, e 2×2, 24/01/1952, o Villa Nova derrotou o Atlético por 1×0, gol de Vaduca, no dia 27/01/1952. O time da foto é o que disputou o terceiro jogo da final. Esse foi o quinto e último campeonato mineiro conquistado pelo clube, que antes desse título havia se sagrado tetracampeão mineiro ao conquistar os campeonatos de 1932 (AMEG), 1933, 1934 e 1935. Escalação: em pé da esquerda para direita, Arizona, Madeira e Anísio; Vicente, Lito e Tão; agachados da esquerda para direita, Osório, Vaduca, Chumbinho, Foguete e Escurinho; técnicos: Martim Francisco e Prão.

Vila Nova-MG, supercampeão mineiro de 1951. Em pé da esquerda para direita: Martim Francisco (técnico), Anísio, Arizona, Madeira, Vicente, Lito e Tão. Agachados da esquerda para direita: Osório, Vaduca, Rodolfo, Foguete e Escurinho

 

 

Wágner Augusto Álvares de Freitas é jornalista, torcedor e historiador do Villa Nova

March 20, 2018 at 5:36 pm

Escurinho é mais lembrado pelos seus 10 anos no Fluminense (de 1954 a 1964) do que pelos seus primeiros anos como jogador profissional no Villa Nova-MG. Foi justamente desse período que o Wágner de Freitas trouxe informações preciosas. Att, Jorge

 

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